A Mulher Sertaneja
Ao lado do sertanejo, quase invisível,
tem uma mulher que também “conhece os horrores da seca e os combates cruentos
com a terra árida e exsicada”. Assim como o homem, a mulher sertaneja conhece
“as cenas periódicas da devastação e da miséria” e não se apavora com o “quadro
assombrador da absoluta pobreza do solo calcinado, exaurido pela adustão dos
sóis bravios do Equador”.
A família sertaneja tem a figura de um pai muito ausente,
que somente coloca comida dentro de casa. Quase não existe aproximação nem um
relacionamento saudável com os filhos, e geralmente vai trair sua esposa,
quando não acontece de abandoná-la. Não são poucos os casos de mulheres cujos
maridos se foram entre os retirantes da seca em busca de trabalho em outras
regiões do país e nunca mais voltaram para casa.
Sabendo que a mãe de cada sertanejo é considerada uma santa
por seu papel social de educadora, de proteção e em especial aquela que foi
abandonada pelo marido, mas que lutou de forma aguerrida para criar seus filhos.
A mãe sertaneja é a única expressão de amor em uma sociedade sangrenta e cheia
de ódio, por isso essa devoção familiar é transferida para a esfera religiosa
no culto a “Nossa Senhora”. A sociedade sertaneja é matriarcal.
ü
O Preconceito:
No geral a mulher é tida como sexo frágil, delicada e meiga.
Mas quando o assunto é mulher sertaneja, ela é estigmatizada com adjetivos
opostos. A mulher do sertão é quase sempre apresentada como uma mulher
masculinizada (mulher macho, sim, senhor) capaz de assumir qualquer tipo de
trabalho por mais duro que seja.
Outras tantas imagens são veiculadas no sentido de
desqualifica-las e estigmatizá-las. Adjetivos como: matuta, caipira, tabaroa,
agreste, beata, cafona e outras tantas “qualidades” vinculadas a ideia de incivilização
que lhes são impostas.
Sempre são vistas como mulheres pobres, de pele enrugada e
vida sofrida, sempre fora dos padrões de moda e beleza. Casos de sucesso
(mulheres bem sucedidas) e de beleza nunca são mostradas em reportagens nem
muito menos na literatura. Sua participação na história é sempre esquecida.
Há uma diferença das mulheres da capital e das mulheres do
sertão. São contextos diferentes. Uma mulher do sertão sofre preconceito de
mulheres da capital. Mas se ambos forem para o Sul/Sudeste do país o
preconceito para ambas é igual.
ü Prostituição
e Adultério
Lamentavelmente isto é uma área
muito triste. Por falta de oportunidades e por falta de educação e escolaridade
muitos dos jovens se prostituem na adolescência. Os rapazes são estimulados pelos
homens para provar que são machos de verdade. As meninas por falta de
consideração procuram receber esta atenção e carinho.
O adultério é algo comum e
tolerado enquanto o homem não deixa de sustentar a sua família.
Qualquer outra perversidade se
encontra também, portanto é tabu. Ninguém fala sobre abusos de próprias
familiares. Mas sabemos que isto acontece muito.
ü As
dificuldades Sociais
Vítimas de analfabetismo,
violência doméstica que predomina em uma sociedade machista, vítimas da seca -
percorrem longas distâncias em busca de água, precariedade no atendimento de
saúde. Dificuldade de emprego e renda. Condições de moradia precária.
ü Sinais
de mudança
Engana-se quem pensa que o sertão
nordestino permanece à margem das grandes mudanças que têm acontecido nos
últimos anos. A antena parabólica é, sem sombra de dúvida, o novo símbolo do
sertão nordestino. Com a parabólica, instaurou-se um processo de secularização
sem precedentes na história dos sertanejos. A modernização, os apelos de
consumo, os novos modos de relacionamentos e a confusão entre o virtual e o
real têm produzido uma mentalidade destituída de valores e de raízes. O sertão
das parabólicas sofre o impacto da internacionalização dos costumes e dos modos
modernos de pecar. O sertanejo tornou-se mais secularizado, mesmo
fundamentalista e menos idólatra. Mais vulnerável à prostituição, ás drogas e
ao alcoolismo. (Aurivan Matinho)
O sertão contemporâneo é o sertão
do celular, das parabólicas, das motos em vez do jegue, da era virtual.
Motivos de Oração:
a) Inserção
no mercado de Trabalho.
b) Valorização
da mulher sertaneja como digna de atributos femininos, vencendo o preconceito.
c) Muitas
destas mulheres precisam de auto estima e precisam se redescobrirem no Reino.
d) Precisam
saber o quanto são amadas por Deus.
e) Sabedoria
na condução da família.
f)
Acesso aos serviços básicos de saúde e educação.
g) Libertação
das agressões, drogas e álcool.
h) Que
o secularismo não seja a influência para separar as famílias do sertão.
i)
Cura na alma e física dos abusos e violência sofrida.
j)
Libertação da cegueira espiritual.
k) Que
a igreja enxergue estas mulheres como Deus as vê. E não sejam mais esquecidas.
l)
Por água nas regiões de seca e moradia digna.
m) Pelo
fim dos abusos sexuais e pedofilia
Fontes:
http://www.tanianavarroswain.com.br/labrys/labrys11/libre/zuleide.htm
http://pt.slideshare.net/BPJCA/ser-mulher-no-serto-os-diversos-esteriotipos-e-preconceitos-que-estigmatizam-a-mulher-sertaneja
Livors: O
Grito do Sertão Nordestino (Missão Juvep) e Missionários para o Sertão
Nordestino (Ildemar Nunes de Medeiros)
Nenhum comentário:
Postar um comentário